terça-feira, 15 de março de 2011

Texto dedicado ao meu amigo maestro e a todos os seus amigos:

Mesmo que a vida nos ensine várias lições, nos fazendo repensar algumas posturas, sendo mais flexíveis às vezes, e firmes em nossas posições outras vezes, uma coisa eu quero continuar acreditando: o que faz de alguém uma pessoa com um brilho especial? Seria uma soma de carisma, simpatia, humanidade, simplicidade com uma boa dose de competência, conhecimento e sabedoria - conhecer o que fazer e saber fazer bem. Na minha opinião, o amigo e maestro Sefrin se encaixa perfeitamente no conceito acima.

O momento de ruptura que estamos vivenciando nos leva a pensar muito e querer homenagear com justiça uma pessoa: o Sefrin. Mas pessoas boas normalmente atraem outras de boa índole, assim como ocorre o inverso. Já dizia o ditado: “aves da mesma plumagem voam juntas”. Não é preciso citar nomes de outros profissionais, amigos e companheiros de jornada, que estão e sempre estarão com o Sefrin, porque possuem a mesma índole, a mesma competência e principalmente os mesmos sonhos e ideais.

Mas tudo o que ocorre nesta vida tem um contexto histórico. Não basta olharmos somente o presente, que às vezes nos deixa plenos de alegrias e emoções, ou em outras situações nos coloca frente a frustrações, decepções, traições. Não me cabe esclarecer o que levou ao afastamento do maestro Sefrin do Coral Unisinos, pois todos devem ou deveriam saber muito bem as razões e onde começou este processo todo que culminou neste fato triste e lamentável.

Então me permitam me alegrar com as boas memórias que tenho do amigo Sefrin desde o seu comecinho no Coral Unisinos. O Sefrin ingressou no Coral em 1990, no naipe dos tenores, pois gente boa só podia ser tenor mesmo (brincadeirinha!!). Mas, mais do que isto ele já era regente formado pela UFRGS, monitor que auxiliava o maestro Zé Pedro nos ensaios do coral. O seu carisma e competência, qualidades suas que já foram ressaltadas anteriormente, fizeram com que os próprios integrantes do Coral Unisinos daquela época escolhessem o amigo e companheiro Sefrin para ser o maestro do Coral, por ocasião da saída do Zé Pedro para os Estados Unidos para fazer o seu mestrado e doutorado. É um dos momentos que mais me emociona quando nos unimos como grupo e intercedemos junto a universidade para que o Sefrin fosse O NOSSO MAESTRO. Uma decisão unânime e plena: um grupo escolhendo uma pessoa para ser o seu líder, pois representava o maestro amigo, carismático e competente que todos queríamos. Depois desta escolha, há milhares e milhares de momentos preciosos do Coral Unisinos que tenho certeza que cada cantor guarda na sua lembrança. São tesouros preciosos que nada e nem ninguém poderá tirar de nós. Penso que ao escolhermos naquele momento o Sefrin, escolhemos mais que um maestro bem preparado para ser o regente do Coral Unisinos: NÓS ESCOLHEMOS UM SONHO, UM IDEAL, algo em que acreditamos e em que queremos continuar acreditando. E esse é o nosso tesouro, de todos nós que conhecemos e convivemos com o Sefrin, cantando com ele em algum coral, sendo regidos por ele em alguma orquestra, ou assistindo um concerto seu. Ora, graças a Deus o Sefrin está “vivinho da Silva”, o mesmo amigo querido, uma pessoa de uma riqueza humana ímpar, e um maestro cada vez mais maduro e preparado, e é um privilégio estar próximo dele e de outros profissionais queridos e competentes como ele. Então não deixemos que o nosso SONHO morra, não abandonemos os nossos IDEAIS, e guardemos bem o nosso TESOURO.

Abraços do amigo e cantor do Sefrin, Cézar Simon.

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