sábado, 12 de março de 2011

A Música Transforma...

A Música Transforma...


Sim transforma, e basicamente podemos ver que, através da história, a música foi usada como instrumento político, ideológico, religioso, ritualístico ou, simplesmente, como lazer. Sendo ela atemporal, pode exprimir sentimentos e valores que vão desde uma oração, uma simples declaração de amor, à privação da liberdade, sendo, também, agregadora de idéias e tendo, até mesmo, a capacidade de fazer dois inimigos concordarem em torno de um mesmo gosto musical.

Sim! A música transforma. Mas transforma o que exatamente? E quem? E por quem? A primeira pergunta é fácil, já está respondida no parágrafo acima. Porém, as duas seguintes são mais complexas - acredito eu -, pois faz com que a música merecidamente enaltecida no parágrafo citado caia para o segundo plano. Sim, segundo plano, se tornando apenas um meio, um meio transformador usado por pessoas e para pessoas. Um professor que ensina ética, mas não mostra ao seu aluno na prática pra que ela serve, terá algum sucesso? E o professor de música, que ensina a seu aluno teoria, afinação, ritmo impecável, harmonia etc e não mostra o poder que ela poderá exercer, está criando apenas um decifrador de sinais ou códigos.


Eu vi uma vez um maestro amigo meu a frente do coral da universidade de São Leopoldo (até 2010 um coral de gente boa aliás, que se une e pega no batente se precisar e quando acredita em algo), num trecho difícil de uma música qualquer, levantar uma partitura na mão e dizer: “se colocarmos isso aqui perto do ouvido sai música? Não, vocês são a música que este código precisa para existir de fato!”. Ali senti o poder transfomador da música sendo usado corretamente por quem realmente entende do assunto, pois nem todas as pessoas daquele coral sabiam ler partitura e segundo o mestre, naquele momento, nem precisavam. Me arrepia só de lembrar o que uma frase focada e um simples sorriso podem fazer, coisa de gente carismática e de boa índole, e que muitos gostariam de ter. Acho que isso responde à terceira pergunta feita no início deste texto.

Mas o que eu quero dizer com tudo isso, meu amigo maestro, é que após dezessete anos de Coral Unisinos, a maior transformação que vi ali foi em mim mesma. E se hoje posso ser um instrumento afinado que pode passar conhecimento, é graças àquela nossa amiga, que já passou por isso também, e nunca deixou de brilhar e a tua conduta e sorriso transformadores. Não precisas erguer tua mão para reger, pois a pessoas irão te seguir pelo que tu és.

A ti fica meu aplauso e eterno obrigada, viu MAESTRO JOÃO PAULO SEFRIN!

Dêizi Carini Dias Nascimento

Cantora do Coral Unisinos de Novembro1993 a Março de 2011 e Professora de Técnica Vocal.

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